Lituânia e a tradição do Domingo de Ramos



 Cada povo tem a suas tradições. A Lituânia localizada as margens do Mar Báltico e vizinha da Polônia, foi a última nação européia a se converter ao catolicismo. Antes, professavam uma religião ligada à natureza, seus fenômenos e seus ciclos. Porém hoje, sua maioria dos lituanos são católicos ligados ao Papa e ao Vaticano, com tradições litúrgicas latinas como nós, os brasileiros.  O Domingo de Ramos e a Semana Santa Lituana não se diferenciam da nossa, em seu significado e na liturgia. Os fiéis, na Lituânia, também levam ramos para serem abençoados e participam de procissão e missa. Mas na Lituânia está no começo da primavera. A vegetação ainda está renascendo aos poucos do duro inverno. Como ainda há poucos ramos verdes disponíveis, os lituanos utilizam flores e ramos secos, preparados especialmente para este dia. Em lituano eles são chamados de verbas. São variados e coloridos vendidos nos pátios das igrejas, sendo artesanato muito antigo bonito e original.

De origem pagã a verba (o ramo tradicional lituano), é um dos mais nítidos símbolos da Páscoa junto com os ovos de Páscoa decorados. Este ramo feito principalmente de ramos de zimbo, salgueiro ou bétula, alguns entrelaçados com papeis coloridos ou flores secas das mais variadas, simboliza a força da vida, o renascimento da natureza e de uma nova vida após um intenso inverno. A Igreja mantém acesa, através da verba, a memória das palmas e ramos que a multidão espalhou sob os pés de Jesus Cristo quando Ele entrava em Jerusalém. Acreditava-se que as palmas e ramos incençados e bentos espantavam os maus espíritos, ajudavam na saúde, abençoavam as colheitas e protegiam as casas.

Tenho uma colega lituana, aqui de São Paulo-SP, que sabe fazer esses ramos tradicionais, os verbas, usando flores secas brasileiras e os vende no dia de Domingo de Ramos, na paróquia São José, situada na Praça República Lituana, no bairro de Vila Zelina na cidade de São Paulo-SP, onde a comunidade lituana costuma se reunir para a celebração, cuja e igreja foi construída por imigrantes lituanos em 1936. Depois que os ramos são bentos, eu os guardo num vaso como decoração. Alguns de anos anteriores já esfarelaram, mas outros estão lá para serem admiradas. Coisas da tradição, que espero cultivar e divulgar por muito tempo

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