Divina Misericórdia, Ir. faustina e a Lituânia
Sobre o quadro da Divina Misericórdia - Irmã Faustina e a Lituania
Jesus eu confio em Vós
Jesus eu confio em Vós
Depois de professar os votos perpétuos, Irmã Faustina foi transferida para Vilnius (Lituânia).(1933-36).
Lá se encontrou com o seu diretor espiritual, o Pe. Sopocko, que
previamente lhe havia sido anunciado pode concretizar os pedidos de Nosso Senhor."Levado mais pela
curiosidade de ver que Imagem seria essa, do que pela crença na
veracidade dessas visões, pedi ao pintor Eugênio Kazimirowski que
pintasse esse quadro"
(Pe. Sopocko, Memórias).
O Pe. Miguel
Sopocko informou parcialmente o pintor a respeito da missão de Irmã
Faustina. Exigiu dele, entretanto, o compromisso de manter segredo a
esse respeito.
Eugênio
Kazimirowski, famoso e hábil pintor, mostrou-se digno de pintar a Imagem
de Jesus Misericordioso. Concluiu seus estudos artísticos em Cracóvia,
sob a orientação de Luszczakiewicz, Axentowicz e Wyczólkowski. Como
bolsista, esteve em Lvov, Munique e Paris. Aprofundou também as suas
aptidões na Academia S. Lucas em Roma.Pintar sob
orientação significava renunciar à própria visão artística, em prol de
uma execução fiel do que lhe era relatado por Irmã Faustina, que vinha
ao ateliê do pintor ao menos uma vez por semana, durante seis meses, a
fim de sugerir detalhes e apontar os erros.
Ela estava buscando
uma execução fiel da imagem de Jesus Misericordioso, de acordo com a
vontade divina, e segundo o modelo que lhe havia sido revelado na
visão.
Da pintura da Imagem participou ativamente o Pe. Sopocko, que, a pedido do pintor, posou vestindo uma alva. O
tempo da pintura serviu de ocasião para uma interpretação mais
profunda do seu conteúdo. As questões controvertidas eram decididas
pelo próprio Jesus Cristo (Diário 299; 326; 327; 344). Foi muito eloqüente um diálogo de Irmã Faustina com Nosso Senhor a respeito do quadro pintado:
"Quando fui à casa daquele pintor que estava pintando a Imagem, e vi que ela não era tão bela, como o é Jesus, fiquei muito triste com isso, mas escondi essa mágoa
no fundo do meu coração.
A Madre Superiora ficou na cidade para
resolver diversos assuntos e eu voltei para casa sozinha. Imediatamente
dirigi-me à capela e chorei muito. Eu disse ao Senhor: Quem vos
pintará tão belo como sois? Então ouvi estas palavras: O valor da Imagem não está na beleza da tinta, nem na habilidade do pintor, mas na minha graça." (Diário, 313).
Desse diálogo emana
a sinceridade de Irmã Faustina, agraciada com dons sobrenaturais, que
em suas vivências místicas via a beleza do Salvador ressuscitado. Por
diversas vezes Nosso Senhor lhe apareceu da forma como se encontra na
Imagem (Diário 473; 500; 851; 1046; 1565). E também pediu
várias vezes que essa Imagem ficasse acessível para o culto público.
Isso confirma que Ele aceitou a Imagem, conforme estava pintada no
quadro, aprovando-a, ao aparecer para Irmã Faustina nessa mesma forma.
Nos dias 26 a 28 de abril de 1935,
graças ao empenho do Pe. Sopocko, a efígie do Salvador Misericordioso
recebeu, pela primeira vez, a veneração dos numerosos fiéis, que
rezavam durante as solenidades do encerramento do Jubileu da Redenção do
Mundo. Essa solenidade coincidiu com o primeiro domingo depois da
Páscoa, como havia pedido Nosso Senhor. Irmã Faustina participou dela. O
sermão sobre a Misericórdia Divina foi pregado pelo Pe. Sopocko.
"Por admirável desígnio, aconteceu
tudo como o Senhor pedira: a primeira veneração que a Imagem recebeu
das multidões foi no primeiro Domingo depois da Páscoa. Durante três
dias ficou exposta publicamente. Recebeu o culto dos fiéis em Ostra
Brama (Ausros Vartai), exposta na parte superior do grande vitral; por
isso, podia ser vista de muito longe."
Na capela-santuário de AUSROS VARTAI - (mãe da Divina misericórdia)
em Vilnius, Lituânia, foi comemorado solenemente, durante esses três
dias, o encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo os 1900 anos da
Paixão do Salvador.
"Agora vejo que a obra da Redenção está ligada com a obra da misericórdia, que o Senhor está exigindo" (Diário, 89).
Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. ... Prometo
que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já
aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da
morte.
"Quando a Imagem
foi exposta, vi o braço de Jesus fazer um movimento e traçar um grande
sinal da cruz. Nesse mesmo dia, (...) vi como essa Imagem pairava sobre
uma cidade, e essa cidade estava coberta de fios e de redes. À medida
que Jesus ia passando, cortava todas essas redes e, no fim, traçou um
grande sinal da cruz e desapareceu..." (Diário, 416).
"Quando estava na capela AUSROS VARTAI - (mãe da Divina misericórdia) de Vilnius, durante as solenidades em que a Imagem foi exposta,
assisti o sermão que foi pronunciado por meu confessor (Pe. Sopocko). O
sermão tratava da misericórdia de Deus, sobre a qual Jesus insistia há
tanto tempo. Quando começou a falar sobre a grande misericórdia do
Senhor, a Imagem tornou-se como que viva, e os raios penetravam no
coração das pessoas ali reunidas, embora não na mesma medida. Uns
recebiam mais, outros menos. Uma grande alegria inundou minha alma ao
ver a graça de Deus" (Diário, 417).
"Quando estava se
encerrando a celebração e o sacerdote segurou o Santíssimo Sacramento
para dar a bênção, então vi Jesus tal como está pintado na Imagem. O
Senhor deu a Sua bênção e os dois raios espalharam-se pelo mundo
inteiro. Então, vi uma claridade impenetrável, sob a forma de uma casa
de cristal, tecida de ondas de claridade inacessível a nenhuma
criatura, nem espírito. A essa claridade conduziam três portas e
nesse momento Jesus, como aparece na Imagem, entrou nessa claridade
pela segunda porta no interior da Unidade" (Diário, 420).
"Os dois raios (na
Imagem) representam o Sangue e a Água: o raio branco significa a Água
que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida
das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da minha
misericórdia, quando na Cruz o meu Coração agonizante foi aberto pela
lança (...). Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será
atingido pelo braço da justiça de Deus (Diário, 299).
"Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela (Diário, 570).
As solenidades de AUSROS VARTAI - (mãe da Divina misericórdia) de Vilnius foram a manifestação pública do poder da Divina
Misericórdia. Para Irmã Faustina, representaram o sinal e a concessão
das graças previamente prometidas.
Em sua correspondência posterior com o Pe. Sopocko, Irmã Faustina escreve: "Deus
me deu a conhecer que está satisfeito com o que já foi feito.
Mergulhando na oração e na proximidade de Deus, senti em minha alma uma
profunda paz quanto ao conjunto dessa obra. (...) E agora, no que diz respeito a essas imagens (pequenas cópias), (...) aos poucos as pessoas as vão comprando, e muitas almas já alcançaram a graça divina que brotou dessa fonte.
Como tudo, também esta obra vai progredir aos poucos. Esses santinhos
não são tão bonitos como aquela imagem grande, mas são comprados por
aqueles que se sentem atraídos pela graça divina..." (Carta, Cracóvia, 21 de fevereiro de 1938).
No dia 4 de abril
de 1937, com a autorização do metropolita de Vilnius, o arcebispo
Romualdo Jalbrzykowski, e após uma opinião positiva dos peritos, a
Imagem de Jesus Misericordioso foi benta e exposta na igreja de São
Miguel, em Vilnius, onde começou a ser alvo de veneração cada vez
maior. Em 1941 uma comissão de peritos, convocada a pedido do
metropolita, declarou que essa imagem foi executada artisticamente e
constitui um precioso patrimônio da arte religiosa contemporânea.
(Protocolo da Comissão relacionado com a avaliação e a preservação da
imagem do Salvador Misericordiosíssimo na igreja de São Miguel em
Vilnius, do dia 27 de maio de 1941, assinado pelos peritos: professor de
História da Arte, Dr. M. Morelowski; professor de Teologia Dogmática,
Pe. Dr. L. Puchaty; e o conservador, Pe. Dr. P. Sledziewski).
Em conseqüência das operações de
guerra (1939-1945), a imagem de Jesus Misericordioso permaneceu na
Lituânia, que foi dominada pela URSS, e por algumas dezenas de anos
tornou-se inacessível aos romeiros. Apesar das muitas ameaças por
muitos anos a imagem permaneceu escondida num sótão, enrolada, guardada
num ambiente úmido e frio, e diversas vezes foi restaurada sem o uso
da técnica especializada , por uma milagrosa intervenção divina nada
sofreu durante os tempos do comunismo.
Sabe-se através dos depoimentos
pessoais do Pe. Sopocko (conservados em fitas cassete), que ele
concedeu à Irmã Faustina total liberdade para dirigir o trabalho do
pintor.
Ao mesmo tempo, em
seus depoimentos ele confirma que a imagem foi pintada exatamente de
acordo com as orientações dela. O extraordinário cuidado na execução da
Santa Efígie do Salvador, gravada na memória de Irmã Faustina, é
confirmado pelo fato de que a efígie pintada corresponde perfeitamente
às proporções e à figura estampada no Sudário de Turim.
Tiveram influência
negativa na aparência da Imagem os trabalhos de conservação, que por
diversas vezes foram realizados de maneira não profissional. A camada
de parafina imposta então na Imagem, ainda que tivesse diminuído
sensivelmente os efeitos da umidade, provocou a mudança nos matizes das
suas cores originais. Essas intervenções por muitos anos encobriram os
valores artísticos da Imagem.
Após um grande
trabalho de primorosa restauração realizado em 2003, a Imagem recuperou a
eloqüência visível da mensagem. A bela figura do Salvador
Misericordioso, que se apresenta no espaço escuro, conduz a atenção das
pessoas para a luz dos raios de misericórdia, que brotam do Coração
aberto na Cruz.
Entretanto, esta
primeira Imagem de Jesus Misericordioso, exposta a partir de 1987 na
igreja do Espírito Santo em Vilnius, não despertou especial interesse,
tanto dos peregrinos como das autoridades eclesiásticas. A falta de
condições adequadas da exposição da Imagem contribuiu para novas
mudanças desfavoráveis em sua matéria. Somente a partir de julho de
2001, com o consentimento do Pe. Miroslau Grabowski, pároco da igreja
do Espírito Santo, a Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso pôde
envolver com a sua proteção essa singular e valiosa Imagem.
Há algumas dezenas
de anos, esta Congregação se empenha pela propagação da primeira
Imagem de Jesus Misericordioso, daquela que surgiu na atmosfera do
milagre divino, da oração e do sofrimento de Irmã Faustina, da sua
presença e co-participação.
Graças aos empenhos
e à dedicação das Irmãs, em abril de 2003 foi realizada a restauração
geral da Imagem, que se realizou na casa da Congregação em Vilnius.
Dela foram retirados todos os acréscimos pintados, foram consertadas as
partes danificadas e removidas as manchas que haviam surgido em
conseqüência de umidade e de tentativas de removê-las com produtos
químicos. Em conseqüência da restauração realizada, devolveu-se à
Imagem o seu aspecto primitivo.
Apesar de ter sido
realizada uma restauração geral, o estado do seu material ficou
sensivelmente prejudicado, razão pela qual deve ser exposta em
condições adequadas e de acordo com as recomendações dos técnicos. A
restauração foi realizada pela Sra. Edite Hankowski-Czerwinski, de
Wloclawek (Polônia), restauradora de obras de arte, formada pela
Faculdade de Belas Artes da Universidade Nicolau Copérnico, de Torun
(Polônia).
Desde 2005 a Imagem é venerada na mesma capela-santuário de Ostra Brama, hoje Santuário da Misericórdia Divina, em Vilnius. A primitiva Imagem, pintada pelo pintor Eugênio Kazimirowski, e feita segundo a orientação direta da Irmã Faustina, não deve ser confundida
com a pintura feita em 1944 pelo artista Adolfo Hyla, que pintou
segundo a sua própria concepção; essa obra encontra-se exposta em
Cracóvia, Polônia. O simples cotejo entre ambas revela a autenticidade e
superioridade da pintura feita por Eugênio Kazimirowski conforme as
indicações de Irmã Faustina.
Ausros Vartai, em lituano, significa Portal da Aurora;
o mesmo lugar, que é a capela-santuário, em polonês é chamado Ostra
Brama, que significa Portal Reluzente. A capela de Nossa Senhora de AUSROS VARTAI - (mãe da Divina misericórdia) de Vilnius hoje também é denominada Santuário da Misericórdia Divina.
Nesse lugar também é venerado o célebre ícone de Nossa Senhora Porta da Aurora, ou Nossa Senhora da Misericórdia.
labas,
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estou com algumas dúvidas...
iki
Tuani Bartasevicius Eimantas